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A prova de que o amor
pode não estar ao virar da esquina é que, no coração da Europa, o qUE conheceu
dois corações de diferentes Estados-Membros que se uniram na capital da União
Europeia há seis anos atrás.
A história é simples e, por
certo, comum a tantas outras, mas foi à conversa com eles que aceitámos
celebrar o amor europeu neste dia de São Valentim.
(DES)ENCONTROS
Para todos os expatriados
em Bruxelas, uma das coisas mais dificeis é mesmo conhecer belgas. As culturas
são mais que muitas, as instituições europeias estão cheias de todas as
nacionalidades possíveis e imagináveis, e a maioria dos belgas opta por morar
fora da capital.
Estávamos em 2005. Em
Bruxelas há cerca de um ano, Delphine (29) começava a carreira profissional numa
empresa lobista na cidade. Na tentativa de uma aproximação à realidade belga,
e para sair um pouco da European bubble (expressão muito usada por quem vive no
mundo das instituições europeias e empresas satélite, em Bruxelas), decidiu ir
a um dos bares mais conhecidos da zona e que é frequentado maioritariamente
por... belgas, o Parc Savoy.
O que Delphine não sabia,
é que naquela noite não era por um belga que se iria apaixonar, mas sim por um
português.
O Bruno (31) é consultor
financeiro, e tinha acabado de chegar à capital europeia há pouco mais de um
mês para um intercâmbio profissional que iria durar somente dois anos. Quis o
destino, que na procura de diversão, se encontrassem um ao outro.
A leveza com que levaram
a relação nos primeiros tempos não fazia de todo prever que fossem ficar juntos
até hoje. Mas o tempo passa e o coração vai pregando das suas.
(IN)DIFERENÇAS
Juntos há seis anos,
optaram por viver e partilhar casa há três. Quando questionados sobre as
diferenças culturais, Bruno confessa não saber até que ponto deixam de ser
culturais e passam a ser de carácter, mas confessa: “Os pais da Delphine abrem uma garrafa de
champanhe de cada vez que vou lá a casa. Ao princípio pensava que fosse por
gostarem de me ver, mas depois comecei a perceber que o fazem sempre que têm
visitas. Em Portugal, abre-se uma garrafa de champanhe numa ocasião especial”.
Para Delphine o mais
difícil é mesmo o facto de ainda não dominar o português. “Um entrave” à
comunicação com os pais do Bruno, quando de visita a Portugal, ou mesmo entre
amigos, apesar de a maioria dos amigos dele falar perfeitamente inglês e
francês.
Volvidos estes anos
todos, optaram por ainda não apresentar as respectivas famílias uma à
outra. “O Natal é passado em separado”
avança Bruno. “Talvez quando tivermos filhos tenha de ser diferente, mas para
já é assim”.
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