terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ONDE ESTÁ O AMOR?
(DR)
A prova de que o amor pode não estar ao virar da esquina é que, no coração da Europa, o qUE conheceu dois corações de diferentes Estados-Membros que se uniram na capital da União Europeia há seis anos atrás.
A história é simples e, por certo, comum a tantas outras, mas foi à conversa com eles que aceitámos celebrar o amor europeu neste dia de São Valentim.

(DES)ENCONTROS

Para todos os expatriados em Bruxelas, uma das coisas mais dificeis é mesmo conhecer belgas. As culturas são mais que muitas, as instituições europeias estão cheias de todas as nacionalidades possíveis e imagináveis, e a maioria dos belgas opta por morar fora da capital.
Estávamos em 2005. Em Bruxelas há cerca de um ano, Delphine (29) começava a carreira profissional numa empresa lobista na cidade. Na tentativa de uma aproximação à realidade belga, e para sair um pouco da European bubble (expressão muito usada por quem vive no mundo das instituições europeias e empresas satélite, em Bruxelas), decidiu ir a um dos bares mais conhecidos da zona e que é frequentado maioritariamente por... belgas, o Parc Savoy.
O que Delphine não sabia, é que naquela noite não era por um belga que se iria apaixonar, mas sim por um português.
O Bruno (31) é consultor financeiro, e tinha acabado de chegar à capital europeia há pouco mais de um mês para um intercâmbio profissional que iria durar somente dois anos. Quis o destino, que na procura de diversão, se encontrassem um ao outro.
A leveza com que levaram a relação nos primeiros tempos não fazia de todo prever que fossem ficar juntos até hoje. Mas o tempo passa e o coração vai pregando das suas.   

(IN)DIFERENÇAS

Juntos há seis anos, optaram por viver e partilhar casa há três. Quando questionados sobre as diferenças culturais, Bruno confessa não saber até que ponto deixam de ser culturais e passam a ser de carácter, mas confessa:  “Os pais da Delphine abrem uma garrafa de champanhe de cada vez que vou lá a casa. Ao princípio pensava que fosse por gostarem de me ver, mas depois comecei a perceber que o fazem sempre que têm visitas. Em Portugal, abre-se uma garrafa de champanhe numa ocasião especial”.
Para Delphine o mais difícil é mesmo o facto de ainda não dominar o português. “Um entrave” à comunicação com os pais do Bruno, quando de visita a Portugal, ou mesmo entre amigos, apesar de a maioria dos amigos dele falar perfeitamente inglês e francês.
Volvidos estes anos todos, optaram por ainda não apresentar as respectivas famílias uma à outra.  “O Natal é passado em separado” avança Bruno. “Talvez quando tivermos filhos tenha de ser diferente, mas para já é assim”.

Rafaela Grácio

Sem comentários:

Enviar um comentário